Portugal defende manutenção da Vivo pela PT

Primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, afirma que dispor de uma empresa de telecomunicação grande e com escala é estratégico para o país

Nesta terça-feira, 18, o primeiro-ministro português, José Sócrates, colocou o governo de Portugal no embate da Telefônica pela aquisição da Vivo. O governo português expressa, dessa forma, o apoio à Portugal Telecom (PT), que, com a Telefônica, detém a Brasicel, holding que controla a Vivo no Brasil. E, mais importante, o governo de Portugal, que detém golden share da PT, tem também poder de veto no conselho de administração da PT. Sócrates disse, em visita à Espanha, que dispor de uma operadora de telecomunicações grande é estratégico para o país e, portanto, não faz sentido se desfazer das operações da Vivo no Brasil.

Quando a PT recusou a oferta de 5,7 bilhões de euros feita pela Telefônica pelo controle da Brasilcel, na semana passada, a operadora espanhola mudou a estratégia e começou a procurar outros acionistas, não-portugueses, para conversar caso a caso. No encalço da estratégia espanhola, também a PT resolveu fazer um road show pelos principais acionistas e explicar a recusa da PT pela oferta da Telefônica. Os acionistas não-portugueses têm cerca de 55% do capital da PT. E isso já descontada a participação da própria Telefônica, que é um dos maiores acionistas da PT, com 10% das ações.

Os demais investidores da PT são o Grupo Espírito Santo (com 7,99% das ações), o Brandes Investments Partners (com 7,89% das ações), o Grupo Caixa Geral de Depósitos (7,30%), o Ongoing Strategy Investments (6,74%), o Barclays PLC (3,90%), o BlackRock Inc. (2,35%), o Controlinveste International Finance (2,28%), o Credit Suisse (2,04%) e o Grupo Visabeira (2,01%). E foi pelo Brandes e Barclays que o presidente da PT, Zeinal Bava, começou o road show para tentar convencê-los de que a manutenção da Vivo pela PT é, efetivamente, um bom negócio.