Portugal Telecom rejeita oferta e sinaliza que não tem interesse algum em vender a participação na operadora brasileira
A Telefônica apresentou uma oferta não-solicitada, no valor de 5,7 bilhões de euros para a Portugal Telecom (PT), para adquirir 50% da Brasilcel, holding que controla a Vivo no Brasil e em que cada uma das operadoras - Telefônica e PT - detêm 50% do capital. A proposta foi prontamente rejeitada pela PT. A PT informou que reuniu o conselho de administração e que rejeitou a OPA por unanimidade.O presidente da PT, Zeinal Bava, disse que a Vivo é "ativo essencial para a estratégia da PT e a venda dessa participação iria contra as perspectivas de crescimento a longo prazo da PT". O valor oferecido pela Telefônica para a aquisição da Vivo corresponderia à aquisição de 82% do capital da PT. No entanto, segundo o jornal português Jornal de Negócios, para fazer isso, a Telefônica teria que lançar uma oferta pública de ações (OPA) sobre a PT.
Pela proposta de aquisição dos 50% da Brasilcel, o valor oferecido está 145% acima da cotação média das ações da Vivo no mês anterior à apresentação da proposta. Pela oferta completa, que incluiria a OPA sobre a PT, o valor da oferta da Telefônica aumenta para 6,3 bilhões de euros. No comunicado divulgado pela CNMV (a CVM espanhola), a oferta da Telefônica estende-se, também, para 11,1% das ações ordinárias da Vivo Participações (controladas pela Brasilcel), que equivalem a 3,8% do capital da Vivo. Se essa aquisição fosse concretizada, a Telefônica passaria a deter 63,2% do capital da Vivo, tornando-se, portanto, majoritária e controladora da Vivo.
A oferta foi mal recebida inclusive pelo governo protuguês, que detém 500 ações da PT (as golden share). O secretário de Estado das Comunicações de Portugal, segundo o Jornal de Negócios, disse que se o Estado for chamado a dar a sua opinião na qualidade de acionista à oferta da Telefônica à participação da PT na Vivo, o fará em "sede própria". A oferta da Telefônica" é uma matéria essencialmente da administração da PT"afirmou o secretário. "Se formos chamados a dar a nossa opinião no lugar de acionistas da PT, faremos como os outros acionistas na sua sede própria". Após a rejeição da PT, a Telefônica disse, por meio da porta-voz Marisa Navas, que está desapontada pela recusa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário